segunda-feira, 30 de abril de 2012

Análise totalmente imparcial da época 2011/2012 (Video no final)

Terminou o campeonato nacional (em termos de decisão do título) e a conclusão é mais ou menos o mesmo de sempre: a corrupção fala mais alto do que a verdade desportiva.

CRAC (FC Porto):

Depois de uma época cheia de sucessos internos e externos, O FC Porto era o grande favorito para a discussão do título. Com o melhor plantel do campeonato e com uma liderança forte, não se esperava nada de menos.

No entanto, desde cedo se notou que o Vitor Pereira não era um homem que reunia condições para colocar a equipa a jogar o mesmo futebol da época transacta. A saída do melhor avançado do plantel não ajudou. A linha de jogo era frágil, o entrosamento inexistente, e a velocidade nula. Os adeptos começaram a pedir a cabeça do treinador mas Pinto da Costa tinha outros planos.

Quando se observou que a revalidação do título seria practicamente impossível sem a adição de "outras variáveis", os árbitros portugueses fizeram todos os possíveis para manter a equipa no topo da classificação. E conseguiram.

Quer seja com penaltis estratégicos, ou cartões vermelhos perdoados, mesmo jogando pior que o Braga e que o Benfica, o FC Porto foi-se mantendo na corrida de forma visivelmente artificial.

Quando parecia que o Benfica iria disparar para o título (era a equipa que melhor futebol practiva na altura), duas arbitragens habilidosas nos jogos do Benfica (Académica e na Luz contra o FCP) colocaram o FCP na frente do campeonato e com uma vantagem relativamente confortável. A magia estava feita.

Até ao final do campeonato maus alguns penaltis inventados e mais algumas arbitragens habilidosas (especialmente no jogo do Benfica em Alvalade) geram o fosso e o previsível aconteceu.

Benfica:

Embora tivesse piores jogadores que o FCP, o Benfica conseguiu durante parte considerável do campeonato ter a melhor equipa e o melhor futebol da época. A quebra começou com a derrota em Zenit e com lesão do Rodrigo causada por um antigo jogador do FCP (Bruno Alves).

Depois dessa derrota, sucederam-se mais derrotas e mais arbitragens claramente encomendadas, especialmente o golo em fora de jogo marcado no Estádio da Luz, numa altura em que o Benfica já jogava com menos um por expulsão do Emerson.

O Benfica perde o campeonato mais por influências extra-futebol do que por culpa própria. Jogou melhor futebol, marcou mais golos e foi, a par do Braga, a melhor equipa do campeonato. No entanto, no futebol português não basta ser o melhor dentro do campo.

Nas competições europeias o Benfica esteve razoavelmente bem, chegando aos quartos de final da Champions (sendo eliminado pelo Chelsea). Apesar da eliminação, ficou a sensação que o Chelsea estava claramente ao alcance do Benfica.

Os erros que eu aponto a esta equipa são a falta de médios flanqueadores, a falta dum genuíno defesa esquerdo, e a inconstância física do Aimar. O Cardozo esteve melhor que no ano passado, mas não se entende a renovação com o Saviola.

Contrariamente ao que se está a gerar - mais de fora do que de dentro - a saída do Jorge Jesus seria má para o Benfica visto que ele tem feito um bom trabalho. Num campeonato normal, o Benfica estaria por esta altura a festejar o tri-campeonato.

Claro que ele tem as suas "paragens cerebrais", mas (ressalvando-se as proporções) até o grande Alex Fergunson as tem sem deixar de ser um bom técnico.

Os benfiquistas continuam no erro de pensar que a perda dum campeonato é sempre por culpa própria, mas embora tenham razão em alguns casos, neste ano não a têm. Este campeonato foi entregue ao FCP de forma corrupta e imoral (tal como o foi o título que o Benfica ganhou em 2005).

A falta de investimento em jogadores portugueses é outro aspecto a rever nesta equipa. Há uma enorme presença de estrangeiros e, sinceramente, há posições que poderiam ser entregues a portugueses. Se não me falha a memória. Nelson Oliveira foi o único português marcar pelo Benfica na champions. Quando as coisas chegam a este ponto, algo está mal.

Lagartos:

Mais do mesmo: muita esperança no início do campeonato - este ano, justificada - mas mais auto-destruição a meio do mesmo.

Aparentemente a lagartagem foi prejudicada no início do campeonato através de arbitragens habilidosas. Essas arbitragens colocaram imediatamente o Sporting a correr atrás do prejuízo e - desde logo - com maior desgaste emocional que os outros concorrentes.

Até a lesao do Rinaudo o Sporting afigurava-se como genuíno candidato, mas após a sua lesão, nunca mais voltou a ser o mesmo - culminando com o despedimento daquele que previsivelmente será o próximo técnico do FCP.

A chegada do Sá "Rocky" Pinto ao comando da equipa deu-lhe nova alma, e provavelmente será o suficiente para lutar para uma entrada na Champions (para o ano vão duas equipas directamente, e mais uma vai à play-off) mas já não foi a tempo de se intrometer na luta directa pelo título.

Braga:

A espaços, foi a melhor equipa do campeonato. A sua espantosa série de 2/13 vitórias consecutivas no campeonato só foi parada com um golo de Bruno César já na parte final do jogo Benfica-Braga. Foi uma agradável surpresa daquele que é mais um bom técnico nacional

Sem surpresa alguma, o Braga não foi capaz de ganhar ao FCP em casa. Se ganhasse, isso sim, seria extraordinário.

Conclusão:

Há já algum tempo que não via tanto roubo concentrado num só campeonato, mas isso provavelmente deve-se ao facto do FCP ter conseguido garantir títulos practicamente a meio do campeonato. Este ano, onde o Benfica esteve mais forte que no ano passado, o presidente da "fruta" aparentemente teve que se esmerar de modo a que o seu clube pudesse voltar a ser campeão.

É este o campeonato que temos. Vamos ver até quando o sistema dura. Uma coisa é certa: no final dos tempos, justiça será feita.

sábado, 14 de abril de 2012

Messi. Só lhe falta ultrapassar Dixie Dean e Pelé

Com 66 golos em 2011/12, o argentino do Barcelona está a um do inglês do Everton 1927/28 e a nove do brasileiro do Santos 1958. O alemão Gerd Müller já era.


Liga espanhola, 39 golos. Taça do Rei, dois. Supertaça espanhola, três. Liga dos Campeões, 14. Supertaça europeia, um (vs. FC Porto). Mundial de clubes, dois. Selecção argentina, cinco. Ora bem, 39+2+3+14+1+2+5 dá 66. De Agosto até hoje, Messi tem 66 golos oficiais. Disso não há dúvidas. Ok, é ele o melhor marcador de sempre de uma época?

Aí é que está o busílis. Muito se tem falado sobre o recorde do alemão Gerd Müller, Der Bomber, o bombardeiro, um avançado notável, autor dos golos mais fáceis e até dos menos prováveis. Herói da Alemanha campeã mundial em 1974, com o golo da vitória à Holanda na final de Munique (2-1). Herói da Alemanha campeã europeia em 1972 com dois golos à URSS na final de Bruxelas (3-0). Herói do Bayern Munique em quase todos os 453 jogos.

Na época 1972/73, a Müller aparecem--lhe creditados 36 golos no campeonato alemão, sete na Taça da Alemanha, 11 na Taça dos Campeões, 12 na Taça da Liga alemã e seis na selecção alemã. Ora bem, 36+7+11+12+6 dá 72 golos. Mas o que é isto da Taça da Liga alemã, que só se joga em 1972/73 e depois regressa em 1996/97?

Fomos perguntar a quem de direito. Telefonámos para a federação alemã mas ninguém nos atende. Telefonámos para a revista Kicker e um jornalista explica--nos que essa Taça da Liga não tem carácter oficial. “Surge no ano dos Jogos Olímpicos Munique-72 para ocupar espaço até ao início da liga alemã, que começa mais tarde pelas actividades olímpicas. É uma prova oficiosa, e tanto assim é que o Bayern nem joga na máxima força. Portanto, 72-12 dá 60. Ao bombardeiro alemão, Messi dá um bigode. E agora, sobra quem?

Há Dixie Dean e Pelé. Quem? Pelé, um brasileiro aí dos anos 50/60. Joga no Santos. Enormidades, ao que parece. Em 1958, com 18 anos de idade, o moleque marca uma era, com 58 golos em 38 jogos no Campeonato Paulista (um torneio oficial aos olhos da federação brasileira), mais oito em oito da Taça Rio-São Paulo (outra prova oficial) e nove em sete na selecção brasileira (seis deles no Mundial da Suécia). Ora bem, 58+8+9 dá 75. Messi será capaz de o ultrapassar? A nove jogos (ou dez, conforme a qualificação para a final da Liga dos Campeões), é possível marcar dez golos?

O outro intruso é Dixie Dean, um dos maiores desportistas ingleses antes da Primeira Guerra Mundial e o primeiro a usar o número 9 do Everton. Na época 1927/28, Dean marca 60 golos na 1.a divisão inglesa mais três na Taça de Inglaterra e outros quatro na selecção inglesa (dois à França e dois à Bélgica). Ora bem, 60+3+4 dá 67. Messi será capaz de o ultrapassar? A este, é natural que o argentino também dê um bigode. Bastam dois golos e hoje há jogo do Barça em Levante, para a Liga espanhola.

Então falta só Pelé, o homem que está invariavelmente a dar indirectas a Messi. A última boca passa o Atlântico na segunda-feira, durante uma entrevista ao canal televisivo da Globo. “Messi? Antes de ser melhor que eu tem de ser melhor que Neymar.” Pois, pois...

Fonte

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Ser do Benfica é ver D. Sebastião no Emerson

Clube que compra um perna de pau como Emerson não merece muita sorte. Clube que coloca o perna de pau a jogar algumas vezes merece algum azar. E clube que insiste em jogar com o dito está a desafiar os deuses da bola. Ando a dizer isto desde o início da época, e já estou um bocadinho farto de ter razão.

Portanto, até para o ano, que é como quem diz, até Agosto. Não vejo mais este Benfica. Os nervos não aguentam. Quando aquele deserto de 11 anos terminou, prometi a mim mesmo uma coisa: não me importo de perder, mas não posso ver um Benfas com Tahars e Pringles. Não dá. Aguento as derrotas, mas não aguento ver a equipa com jogadores que nem no Leiria seriam titulares. Não dá. Fere a vista.

O ano passado era o Peixoto a lixar um flanco inteiro. Agora é este indivíduo que destrói a ala canhota, com o beneplácito do treinador. Jesus não consegue admitir que errou. Jesus acha que é o Rei Midas da bola, logo, acha que transformará Emerson num Roberto Carlos.

E nos entretantos? E enquanto Emerson, ora essa, não se transforma num Coentrão? A equipa lá vai sofrendo golos. Golo em Guimarães? Flanco esquerdo. Golos do Porto na Luz? Flanco esquerdo. Golo do Braga? Flanco esquerdo, com penálti deste senhor. Golo do Chelsea? Flanco esquerdo.

Mas o pior nem sequer são os golos sofridos. O pior é que a equipa fica coxa na hora de atacar. Bola no Emerson é bola perdida. Sempre. E já chega disto. Já não consigo ver este harakiri canhoto.

Mas, como é óbvio, isto é conversa de cobarde (estou a citar a minha mulher). Eu ando a dizer isto há dois meses, ai, não volto a ver o Benfica, mas na hora h vejo sempre. O Benfica é o Benfica mesmo com 11 Emerson. Porque, no-fundo-no-fundo, eu aguardo pela redenção do Emerson. Em segredo, eu quero ver o Emerson a dar um pontapé de bicicleta, assim em câmara lenta, qual Pelé no filme do Huston.

No-fundo-no-fundo, eu acredito que vamos ser campeões com um golo do Emerson no último minuto do campeonato. Sou um louco sebastianista? Não me parece. Em 2005, um angolano com apenas um joelho deu-nos o título. Depois disso, acreditar que o título pode nascer de um brasileiro com dois joelhos parece-me um raciocínio que respeita todas as regras da lógica.

Fonte

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